Das Mãos Vazias às Mãos que Se Defendem: A FACA Promove Formação de Autodefesa no Espírito Santo

Em um ato de preparação diante da crescente violência estatal e paramilitar, a Federação Anarquista Capixaba (FACA) ocupou o território dominado pelo estado do Espírito Santo para realizar, no último 13 de outubro de 2025, em Guarapari, uma formação em defesa pessoal voltada para a classe trabalhadora. A ação, organizada de forma horizontal e autogerida, visou armar corpos e mentes contra a repressão cotidiana, transformando um espaço de lazer imposto pelo capital em um território temporário de auto-organização e aprendizado coletivo. Longe dos aparatos de segurança do Estado, que protegem a propriedade e criminalizam a pobreza, xs trabalhadorxs capixabas praticaram a autodefesa como princípio fundamental da libertação.

Esta iniciativa vai além da mera reação física; é um gesto profundamente político de desobediência à lógica que entrega nossa segurança aos mesmos aparatos que nos oprimem. Enquanto o Estado monopoliza a violência para garantir a ordem do capital, a FACA reafirma que a verdadeira segurança nasce da solidariedade de classe e da capacidade de defesa coletiva. Aprender a proteger o próprio corpo e o do companheiro é o primeiro passo para proteger a comunidade e o território das incursões do Capital e de suas forças de repressão, construindo uma trincheira de corpos indisponíveis para a dominação.

A formação em Guarapari não é um evento isolado, mas um elo na cadeia de ações diretas que buscam forjar a autonomia popular. Ao proporcionar esses saberes, historicamente restritos às forças de segurança, a FACA pratica a educação libertária que entrelaça teoria e prática, gestando o embrião da sociedade livre que almejamos: uma onde o povo, organizado e consciente de seu poder, não apenas resiste, mas constrói as bases materiais de um mundo sem patrões e sem Estado. Cada golpe desferido com técnica é um não à submissão; cada esquiva, uma negação prática à passividade imposta.

Federação Anarquista Capixaba – FACA

O Fogo do Conhecimento na Revolução Anarquista

A ignorância não é inocente: é o alicerce sobre o qual o capitalismo ergue seus templos de opressão. A alienação fabricada pelo sistema — que transforma história em mercadoria, ciência em ferramenta corporativa e pensamento crítico em ameaça — não é acidental. É projeto. Romper essa névoa exige estudo militante: ler Bakunin para entender as engrenagens da exploração, devorar Kropotkin para desenhar horizontes de mútua ajuda, decifrar Bookchin para fundir ecologia e libertação, etc. Conhecimento, aqui, não é adorno: é martelo para quebrar grilhões. Quem desconhece as estruturas da dominação reproduz, mesmo sem querer, a lógica do opressor.

Nesse contexto, a leitura anarquista é subversão ativa — um ataque à propriedade intelectual do saber. Enquanto universidades corporativas vendem diplomas como títulos de nobreza, nós erguemos bibliotecas livres nas ocupações, traduzimos panfletos em assembleias, debatemos Malatesta em greves. Cada texto anarquista lido coletivamente é um ato de desobediência epistêmica: nega-se o monopólio das elites sobre a razão. Estudar Emma Goldman não é exercício acadêmico; é aprender com quem incendiou teatros do patriarcado. A teoria, longe de ser abstração, é mapa de guerrilha contra o Estado e o Capital.

Refletir, porém, não é contemplação passiva. É autocrítica feroz e coletiva — a arma que impede a revolução de petrificar em nova tirania. Questionamos Proudhon diante de seu racismo, confrontamos as contradições de Stirner com o comunitarismo, reescrevemos o mutualismo à luz das lutas indígenas. Essa reflexão permanente desmonta dogmas e evita a criação de novos sacerdotes revolucionários. Nas palavras de Gustav Landauer: “O Estado é uma condição, um tipo de relação entre seres humanos” — desnaturalizá-lo exige pensar (e viver) relações antiautoritárias aqui e agora, nos espaços autogeridos.

Por fim, estudar é preparar o terreno do possível. Não há revolução duradoura sem transformação íntima: desaprender a competição, desenterrar a empatia soterrada pelo consumismo, forjar éticas baseadas na solidariedade. Quando comunidades estudam permacultura para criar zonas autônomas, quando coletivos mapeiam redes de apoio mútuo durante desastres climáticos, estão aplicando o conhecimento como alavanca material. A utopia não cai do céu: constrói-se com livros nas mãos, mas os pés nas ruas. Saber, nesse sentido, é o primeiro ato de rebelião — e o último refúgio que o capital jamais controlará.

Federação Anarquista Capixaba – FACA

Conferências da UAF: Não é falta de comida, é excesso de Capitalismo: A invenção da Fome

A FACA divulga a Conferência da UAF (a qual somos filiades), convidando tod@s camaradas e afins para prestigiar!

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A fome não é um acidente nem uma fatalidade. É um projeto político e econômico do capitalismo, que transforma o alimento – um direito básico – em uma mercadoria lucrativa. Enquanto o agronegócio ostenta recordes de produção e lucros bilionários, milhões são lançados à miséria extrema, vítimas de um sistema que prioriza a exportação e a acumulação de riqueza nas mãos de poucos. A fome é a violência mais visceral deste modelo de morte.

É urgente desmascarar essa engrenagem perversa e romper com a narrativa de que não há alternativa. Precisamos falar de soberania alimentar, de autogestão, de apoio mútuo e de como a organização popular direta pode construir um novo caminho, desde já, a partir da base, sem depender do Estado ou dos capitalistas.

União Anarquista Federalista (UAF) convoca todes para a conferência “A Fome é uma Invenção do Sistema Capitalista”, no dia 03 de Outubro de 2025, às 20h. Vamos juntar a fome com a vontade de lutar! Para garantir sua inscrição e receber o link de acesso, envie um e-mail para uaf@riseup.net. Não vamos apenas denunciar a fome; vamos organizar a sua abolição!

União Anarquista Federalista (UAF)

3 ANOS DE FACA: MEMÓRIA, REVOLTA E CINEMA NA QUEBRADA!

Em 2025, completamos 3 anos de organização e luta anarquista no Espírito Santo. E pra celebrar nossa resistência, nada melhor que resgatar a história daqueles que ousaram sonhar com liberdade antes de nós.

FACA – Federação Anarquista Capixaba convida para o Cineclube FACA, com a exibição do documentário:

“COLÔNIA CECÍLIA: UM SONHO ANARQUISTA”

Um filme que revive uma das experiências anarquistas mais radicais do Brasil — a colônia libertária que desafiou o poder, a propriedade e a moral no século XIX. Uma história de sonho, rebeldia e utopia concreta que ecoa até hoje.

Vamos exibir, debater e refletir junto com as quebradas do estado:

📅 CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
25/08 (segunda) – 19h

📅 LARANJA DA TERRA
26/08 (terça) – 19h

📅 MUNIZ FREIRE
01/09 (segunda) – 19h

Essa atividade integra o calendário de lutas dos nossos 3 anos. É cultura, é formação, é luta!
Leve sua ideia, seu povo e sua revolta.

– Informações e inscrições: fedca@riseup.net

Vamos ocupar as telas e as ruas. Por um cinema que educa, e uma educação que liberta!

Federação Anarquista Capixaba – FACA

A ARTE E O VEGETARIANISMO NÃO SÃO APENAS ESCOLHAS — SÃO FERRAMENTAS DE REVOLTA.

No marco comemorativo/combativo dos 03 anos da FACA, perguntamos: E se a liberdade começar no prato? E se a transformação social brotar das cores, dos traços e das vozes que ecoam nas ruas?

No dia 28 de agosto, às 20 horas, na Praça do Obanga, no Centro de Vitória, vamos ocupar o espaço público para dialogar, criar e resistir. Vamos discutir como o vegetarianismo e a arte se entrelaçam na luta por um mundo sem opressão — sem donos, sem amos, sem amarras.

Este não é um evento só sobre o que comemos ou sobre o que pintamos. É sobre como essas escolhas cotidianas desafiam estruturas de poder, crueldade e exploração. É sobre emancipação pela consciência e pela ação direta.

Traga sua voz, sua arte, suas ideias e sua fome de mudança. Vamos juntes semear reflexão, compartilhar sabores rebeldes e fortalecer laços de luta e solidariedade.

🗓️ Data: 28 de agosto (quarta-feira)
⏰ Horário: 20h
📍 Local: Praça do Obanga, Centro – Vitória
📞 Informações: (27) 99261-2210

Não espere liberdade — construa-a com as próprias mãos.
Venha fazer parte dessa roda de conversa, intervenção e resistência!

Federação Anarquista Capixaba – FACA

3 ANOS DE FACA: ORGANIZAÇÃO, LUTA E TRANSFORMAÇÃO!

Há quase três anos, plantamos uma semente de resistência no solo capixaba. No dia 11 de setembro de 2025, a FACA – Federação Anarquista Capixaba completa 3 anos de organização, luta e construção popular no Espírito Santo.

Três anos de coragem, três anos de rebeldia, três anos tecendo redes anticapitalistas, antipatriarcais e antirracistas em meio ao domínio do Estado e do capital.

Para marcar essa trajetória de confronto e construção, organizaremos uma série de atividades por todo o território capixaba — de norte a sul, das periferias aos centros — com rodas de conversa, cineclubes, formação política, articulação e ação direta nas ruas.

E abriremos nosso calendário de lutas com:

🎨 “A ARTE E O VEGETARIANISMO COMO FERRAMENTAS DE EMANCIPAÇÃO ANARQUISTA”
📅 28 de agosto | 🕗 20h | 📍 Praça do Obanga, Centro – Vitória

Essa é só a primeira de muitas ações que virão. Nosso objetivo é claro: fortalecer a organização popular, difundir a ideia anarquista e construir um mundo novo e horizontal desde baixo.

Fiquem atentos às redes e aos chamados! A luta não para — e não pede licença.

📅 Início das atividades: 28 de agosto
🗓️ Ciclo de lutas: Durante todo o mês de setembro e além!
📲 Acompanhe e participe!

Pé no chão, punho cerrado!

Federação Anarquista Capixaba – FACA

Honremos Octavio Alberola com Luta e Revolução!

Camaradas, a morte do companheiro Octavio Alberola (1928-2025) não é apenas a partida de um velho militante, mas um chamado à ação para nossa geração. Seu legado nos ensina que o anarquismo não é teoria morta, mas prática incendiária contra o Capital e o Estado. Desde as ruas de San Sebastián até as prisões da França, Alberola mostrou que a ética libertária se constrói na luta direta, sem concessões. Hoje, quando o fascismo ressurge disfarçado de democracia, quando o imperialismo esmaga Gaza, quando o Estado brasileiro massacra favelas e o capital chinês escraviza trabalhadores, só há uma resposta possível: organização, rebeldia e ação. A memória do companheiro não se honra com discursos, mas com fogo revolucionário nas veias!

Alberola nos deixou uma lição clara: o anarquismo que não confronta o poder é traição. Ele não hesitou em atacar Franco, sequestrar fascistas ou desafiar prisões, porque sabia que a liberdade não se negocia. Enquanto reformistas pedem “paciência histórica” e partidos de esquerda burocratizam a revolta, nós, anarquistas, devemos radicalizar as ruas. Seja nas ocupações gregas contra a austeridade, nos levantes populares no Brasil, nas greves selvagens na China ou na resistência palestina, nossa tarefa é desmantelar o Estado onde ele se erguer. Alberola não fugiu da luta — e nós também não podemos!

A história não perdoará os covardes. O capitalismo avança com genocídios, ecocídios e precarização global, e só a ação direta pode detê-lo. Alberola sabia que explosivos simbólicos, greves gerais e solidariedade internacional eram armas mais poderosas que votos ou petições. No Brasil, onde milícias e latifúndio reinam, na Grécia onde a polícia espanca imigrantes, na China onde sindicatos são ilegais e em Gaza onde o sionismo pratica limpeza étnica, a resposta é a mesma: autogestão, apoio mútuo e insurreição. Não há “transição pacífica” possível — só a ruptura!

O reformismo é a morte da revolução. Alberola rejeitou a “Reconciliação Nacional” espanhola porque entendia que pactos com o Estado são derrotas. Hoje, quando falsas esquerdas nos pedem para confiar em governos “progressistas”, devemos lembrar: Lula prende anarquistas, o Syriza entregou a Grécia aos bancos, e na China o PCC esmaga qualquer dissidência. Nossa luta é contra todo poder, sem ilusões. Diversos exemplos históricos mostram o caminho: autodefesa, horizontalidade e internacionalismo. Alberola vive nesses combates!

Camaradas, o século XXI será anarquista ou não será. Octavio Alberola partiu, mas seu espírito incendia cada ocupação, cada barricada, cada gesto de rebeldia. Não o honraremos com velas, mas com pólvora. Não com lamentos, mas com organização popular nos bairros, nas fábricas, nos campos. Do Brasil à Palestina, ergamos a bandeira negra e vermelha da revolução social. Como Alberola gritou até o fim: “Ni Dios, ni Patrón, ni Estado!” A luta continua — e a vitória será nossa!

Liberto Herrera.

CINECLUBE EM MIMOSO DO SUL: 21/07/2025

No dia 21 de julho de 2025, às 19 horas, em Mimoso do Sul/ES, o cineclube UAF/FACA exibe o documentário Viver a Utopia, em memória de mais um aniversário da Revolução Social Espanhola de 1936. Um tributo à coragem e à organização das trabalhadoras e trabalhadores que ousaram construir uma nova sociedade, baseada na autogestão, solidariedade e liberdade.

Convidamos todas e todos para este momento de celebração, memória e luta. Inscrições pelo e-mail: fedca@riseup.net.

¡Viva la Revolución Social!

Federação Anarquista Capixaba – FACA

Capitalismo e o Colapso Ecológico Anunciado

Os dados alarmantes divulgados neste ano de 2025 pela Organização Meteorológica Mundial – o mar em superaquecimento, 1,4 milhão de deslocados por eventos climáticos extremos no Pacífico, 10% dos oceanos sufocados por ondas de calor – não são meros acidentes naturais. São o resultado palpável, o sintoma terminal, de uma máquina de morte chamada capitalismo. Este sistema, fundado na acumulação infinita de lucro, é intrinsecamente predatório. Ele transforma tudo – florestas, oceanos, a própria atmosfera – em mercadoria a ser explorada até o esgotamento. A lógica do crescimento perpétuo, indispensável ao capital, é biologicamente impossível num planeta finito. As emissões descontroladas, a extração insana de recursos, a poluição industrial desenfreada, são não falhas do sistema, mas seu modus operandi essencial. O recorde de temperatura do mar é o termômetro calibrado pela ganância corporativa.

A tragédia no Pacífico, com milhões forçados a abandonar suas terras por ciclones intensificados e elevação dos mares, expõe o rosto brutal do colonialismo ambiental inerente ao capitalismo globalizado. As nações insulares e comunidades costeiras, que menos contribuíram historicamente para as emissões de carbono, são as primeiras e mais violentamente atingidas. Enquanto isso, as megacorporações de combustíveis fósseis e os Estados industrializados, principais responsáveis pelo caos climático, continuam a lucrar obscenamente e a financiar novas explorações. O sistema protege seus agentes e transfere o custo humano e ecológico para os mais vulneráveis, os “descartáveis” do Sul Global. O deslocamento em massa não é um efeito colateral; é a externalização planejada do custo da acumulação capitalista.

A ilusão perigosa do “capitalismo verde” ou do “desenvolvimento sustentável” é apenas mais uma engrenagem na máquina de destruição. São falsas soluções de mercado – créditos de carbono, energias “limpas” controladas por monopólios, tecnologias mirabolantes – que servem para manter intactas as estruturas de poder e acumulação. Elas não questionam a necessidade fundamental de expansão infinita e consumo desenfreado; apenas tentam pintar de verde o mesmo modelo insustentável, criando novas fontes de lucro enquanto o planeta continua a arder. Os ciclones que devastam o Sudoeste da Ásia não serão contidos por painéis solares vendidos por megacorporações. Esta é uma cortina de fumaça para perpetuar o controle e adiar a ação radical necessária.

Diante dessa realidade, é uma insanidade acreditar que reformas dentro do sistema capitalista podem deter a catástrofe. A ação climática significativa exige o desmantelamento imediato da indústria de combustíveis fósseis, o fim da produção desnecessária de mercadorias, uma profunda redistribuição de riqueza e uma reorganização radical da vida em torno das necessidades comunitárias e ecológicas, não do lucro. O capitalismo, por sua própria natureza, é incapaz de realizar isso. Ele só compreende a linguagem do crescimento e da exploração. Portanto, a luta ecológica verdadeira é, inevitavelmente, uma luta revolucionária anticapitalista. Defender a Terra significa atacar as raízes do poder que a destrói: o Estado que a protege e o capital que a devora.

A única esperança reside na ação direta, na organização autônoma das comunidades, na desobediência massiva e na construção de alternativas horizontais e libertárias agora. Devemos sabotar as máquinas da destruição – dos gasodutos às mineradoras – e criar zonas de resistência e autonomia onde a vida, não o lucro, seja o valor supremo.

A destruição do capitalismo não é um desejo vingativo; é uma necessidade ecológica absoluta, o pré-requisito para qualquer chance de sobrevivência coletiva neste planeta. Os 1,4 milhões de deslocados no Pacífico são as vítimas de hoje. Se não destruirmos a máquina que os esmaga, seremos todos as vítimas de amanhã. A Terra não negocia; ela se rebela. Ou nos rebelamos com ela, abolindo o capitalismo, ou perecemos com ele.

Federação Anarquista Capixaba – FACA

CINECLUBE EM MIMOSO DO SUL/ES!

Companheiros e companheiras,
convidamos todas e todos os trabalhadores para mais uma edição do nosso cineclube, um espaço de encontro, reflexão e resistência coletiva! No dia 04 de julho de 2025, às 20 horas, em Mimoso do Sul/ES, exibiremos o filme Nós que aqui estamos por vós esperamos, uma potente obra que nos faz pensar sobre a memória, o trabalho e a luta dos que vieram antes de nós.

Venham somar força, construir debate e fortalecer a cultura libertária! As inscrições podem ser feitas pelo e-mail fedca@riseup.net.

Porque a luta também se faz com imagens, ideias e solidariedade!

Federação Anarquista Capixaba – FACA