1º DE MAIO DE 2025: COMUNICADO DA FEDERAÇÃO ANARQUISTA CAPIXABA (FACA)

Companheiras, companheiros e companheires!

Federação Anarquista Capixaba (FACA) convoca a todas as pessoas insurgentes, trabalhadoras e lutadoras do Espírito Santo a se unirem para celebrar o Primeiro de Maio de 2025, data histórica de resistência e luta da classe trabalhadora internacional. Reafirmando nosso compromisso com a ação direta, a autonomia e a construção de um mundo livre de hierarquias, anunciamos que ocuparemos as ruas para denunciar a exploração capitalista, a opressão estatal e todas as formas de dominação.

O Primeiro de Maio não é um dia de festa patronal, mas de memória viva das rebeliões operárias e de reivindicação por direitos coletivos. Em 2025, transformaremos essa data em um espaço de agitação, solidariedade e organização popular. Em breve divulgaremos a programação completa, com debates, oficinas, intervenções culturais e ações de rua que reforçarão nossa luta por uma sociedade baseada na ajuda mútua, na justiça social e na liberdade radical.

Enquanto os poderosos tentam apagar o caráter combativo desta data, nós, anarquistas, reacendemos sua chama revolucionária. Convidamos coletivos, sindicatos autônomos, movimentos sociais e indivíduos insurgentes a somarem forças conosco.

Organizem suas bases, fortaleçam as redes de apoio e preparem-se para ocupar os espaços públicos com coragem e rebeldia!

A luta não se delega: se constrói nas ruas, nas ocupações, nas greves e na ação direta do povo.

Primeiro de Maio na Rua!
Pela emancipação de todxs!
Anarquia e Liberdade!

FEDERAÇÃO ANARQUISTA CAPIXABA (FACA)
Ação Direta e Autogestão!

Contra a Exploração, Pela Liberdade: Organize-se com a Federação Anarquista Capixaba”

A realidade da exploração e da opressão é uma marca indelével do sistema capitalista que nos governa, imposta por um Estado que se apresenta como protetor, mas age como carrasco dos trabalhadores e trabalhadoras. No território dominado pelo Estado do Espírito Santo, essa realidade não é diferente: a desigualdade social, o racismo estrutural, o machismo e a destruição ambiental são faces de um mesmo monstro que devora nossas vidas diárias.

É contra esse sistema de dominação que a Federação Anarquista Capixaba (FACA) ergue sua voz e suas ações. Organizar-se coletivamente em torno do ideal anarquista significa rejeitar as falsas soluções oferecidas pelo Estado e pelo mercado, construindo, desde já, formas horizontais de organização que garantam dignidade, liberdade e solidariedade para todas as pessoas.

 

O anarquismo não é apenas uma teoria; é uma prática concreta de luta e construção de alternativas. A FACA, enquanto coletivo anarquista, busca articular os explorados e exploradas para que juntos possamos criar mecanismos de resistência e autonomia. Isso inclui ocupar espaços de poder local, promover a educação libertária, apoiar movimentos sociais e construir redes de apoio mútuo que deem conta das necessidades básicas da população, sem depender das migalhas do Estado ou da caridade burguesa. Associar-se à FACA é abraçar a perspectiva de que somente através da autogestão e da cooperação podemos superar as estruturas hierárquicas que nos aprisionam e caminhar rumo a um futuro onde todos e todas tenham voz ativa na construção de suas próprias vidas.

 

Agora é o momento de agir. Não podemos esperar por salvadores ou reformas superficiais que apenas maquiam as feridas profundas deste sistema injusto. Precisamos nos unir, fortalecer nossos laços comunitários e ampliar nossa capacidade de organização. A FACA está de portas abertas para acolher todas as pessoas que compartilham dessa visão e desejam lutar por um mundo sem exploração, autoritarismo ou desigualdades. Juntos, podemos demonstrar que o ideal anarquista não é apenas possível, mas é a melhor opção para garantir um futuro harmonioso para a humanidade.

Organizar!
Resistir
E construir o futuro!

Associe-se à FACA!

Contato: fedca@riseup.net

Federação Anarquista Capixaba – FACA

 
 
 
 
 
 

Seis Razões para Abraçar o Anarquismo

Vivemos em um mundo onde a opressão se disfarça de normalidade: governos que nos vendem a ilusão de liberdade enquanto nos vigiam, empresas que nos exploram em troca de uma vida precária, fronteiras que nos separam para nos manter submissos. O anarquismo não é um convite ao caos, mas uma revolução radical contra todas as formas de dominação. É a coragem de perguntar: por que aceitamos hierarquias que nos esmagam? Por que naturalizamos a desigualdade como destino? Este pequeno texto é um chamado à insubordinação — àqueles que ousam sonhar com um mundo onde a autonomia, a solidariedade e a justiça não sejam ideais distantes, mas a base de uma vida verdadeiramente livre. Se o sistema nos trata como peças descartáveis, ser anarquista é recusar o script e escrever, com nossas próprias mãos, um novo começo. Portanto, seguem seis razões para abraçar o anarquismo:

  1. O Estado é uma Máquina de Opressão
    O Estado, em todas as suas formas, é um instrumento de controle que concentra poder nas mãos de poucos, perpetuando desigualdades e reprimindo liberdades. Seja através de leis que criminalizam a pobreza, polícias que assassinam em nome da “ordem” ou burocracias que sufocam a autonomia, o Estado não existe para servir o povo, mas para garantir a dominação de classes. Um anarquista entende que a liberdade só floresce quando destruímos essa estrutura hierárquica e construímos relações horizontais, onde todas as vozes têm igual valor.

 

  1. O Capitalismo Corrói a Vida em Comum
    O sistema capitalista transforma tudo em mercadoria: terra, água, até relações humanas. Trabalhadores vendem sua força por migalhas, enquanto bilionários acumulam riquezas à custa da exploração. O anarquismo propõe uma economia baseada na cooperação , não na competição. Cooperativas autogestionárias, onde os produtores decidem coletivamente seu destino, mostram que é possível viver sem patrões. Afinal, por que aceitar um sistema que nos faz mendigar por sobrevivência em troca de nosso próprio trabalho?

 

  1. Liberdade Não se Concede: Conquista-se
    A democracia representativa é uma farsa. Políticos são marionetes de corporações, e eleições são leilões para os mais ricos. O anarquismo defende a ação direta como forma de transformação: greves, ocupações, apoio mútuo e organizações comunitárias. A história prova que mudanças reais vêm da rua, não das urnas. Quando mulheres, negros e indígenas tomam praças e derrubam estatuetas de colonizadores, estão praticando anarquismo: questionando hierarquias e construindo poder popular.

 

  1. Um Mundo sem Fronteiras ou Prisões
    O Estado-nação é uma ilusão que divide a humanidade em “nós” e “eles”, alimentando guerras e xenofobia. O anarquismo sonha com uma sociedade sem fronteiras, onde ninguém precise fugir da miséria ou da guerra. Além disso, o sistema prisional é uma indústria de tortura que criminaliza a pobreza. Em seu lugar, comunidades autônomas podem resolver conflitos através da mediação e da justiça restaurativa, não da vingança estatal.

 

  1. Ecologia ou Extinção
    O capitalismo está destruindo o planeta. Governos e empresas sacrificam florestas e rios no altar do lucro, enquanto nos vendem falsas soluções “verdes”. O anarquismo eco-socialista entende que a Terra não é um recurso, mas nossa casa coletiva. Comunidades zapatistas em Chiapas ou os curdos em Rojava mostram nos dias de hoje que é possível viver em harmonia com a natureza, administrando recursos de forma coletiva e sustentável.

 

  1. A Beleza da Autonomia e da Solidariedade
    Anarquismo não é caos, mas ordem construída livremente. É a certeza de que, sem amos, podemos organizar escolas, hospitais e redes de apoio mutuo. Movimentos como o MST (mesmo com todos os seus problemas) ou as ocupações urbanas provam que, quando nos unimos, somos capazes de criar alternativas reais. A solidariedade, não o individualismo, é nossa maior arma contra o medo que o sistema semeia.

 

Por fim…  O Futuro é um Projeto Coletivo
Ser anarquista é rejeitar a ilusão de que “não há alternativa”. É lutar por um mundo onde ninguém domine ninguém, onde a vida valha mais que o dinheiro, e onde a liberdade seja prática cotidiana. Não precisamos de salvadores: somos nós, com nossas mãos e corações, quem pode construir essa utopia. A pergunta não é “por que ser anarquista?”, mas “como não ser?”.

Federação Anarquista Capixaba – FACA

 

Indústrias, Portos e Desespero: A Economia Capixaba Não Se Importa com Você

Enquanto o território dominado pelo estado do Espírito Santo é apresentado como um dos estados mais industrializados e dinâmicos do Brasil, com um PIB impulsionado por exportações de ferro, aço, petróleo e café, e registra crescimentos econômicos expressivos — como por exemplo, o avanço de 3,7% no primeiro trimestre de 2024  —, a realidade cotidiana de grande parte da população revela a face cruel do “desenvolvimento” capitalista. A diversificação econômica, exaltada como símbolo de “progresso”, mascara um sistema que concentra riquezas nas mãos de poucos, enquanto milhares de capixabas seguem enfrentando condições de vida desumanas.

A Federação Anarquista Capixaba denuncia que, por trás dos números do crescimento industrial e portuário, persistem estruturas de exploração que condenam trabalhadores e comunidades periféricas à miséria. Enquanto o Estado e as corporações lucram com a extração de recursos naturais e a industrialização, pessoas morrem de fome, são vítimas da violência estrutural, vivem nas ruas ou sucumbem ao desespero do suicídio — sintomas de uma sociedade que prioriza o lucro sobre a vida. A industrialização, longe de ser sinônimo de bem-estar, muitas vezes se traduz em precarização do trabalho, desemprego tecnológico e degradação ambiental, como observado em regiões aqui impactadas pela mineração e pelo agronegócio.

Para a FACA, a solução não está em reformas superficiais ou em políticas assistencialistas, mas na ruptura com o capitalismo e suas instituições opressoras. É urgente construir alternativas autônomas, baseadas na autogestão, na solidariedade e na distribuição equitativa dos recursos. Enquanto o Estado segue servindo aos interesses de uma elite econômica, a luta anarquista aponta para a organização popular, a defesa dos territórios e a criação de redes de apoio mútuo. Afinal, um sistema que sacrifica vidas em nome do PIB jamais será justo — e é contra esse sistema que nos insurgimos.

Federação Anarquista Capixaba – FACA

8 de Março: Luta Feminista e Anarquismo de Mãos Dadas pela Liberdade

No dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, a Federação Anarquista Capixaba (FACA) reafirma seu compromisso com a luta contra todas as formas de opressão e exploração que atingem as mulheres, especialmente aquelas que também enfrentam o racismo, a LGBTQfobia, a precarização do trabalho e a violência institucional.

O patriarcado, sustentado pelo Estado e pelo capitalismo, é uma ferramenta central de dominação que subordina as mulheres, invisibiliza suas contribuições e reprime suas vozes. Por isso, entendemos que a emancipação feminista só será plena quando estiver conectada à luta anticapitalista e antiautoritária, construindo um mundo baseado na igualdade, na solidariedade e no respeito mútuo.

 

Neste dia, não recordamos ou celebramos conquistas superficiais ou discursos vazios promovidos por governos e corporações que continuam lucrando com a desigualdade. Celebramos, sim, a resistência histórica das mulheres que, desde os primórdios da organização anarquista, têm sido protagonistas nas lutas por justiça social. Reconhecemos o papel fundamental das mulheres trabalhadoras, camponesas, indígenas, negras e periféricas que, mesmo sob múltiplas camadas de opressão, seguem erguendo barricadas contra o sistema. A FACA convoca todas as mulheres exploradas e oprimidas a se somarem à construção de espaços autônomos, horizontais e combativos, onde possamos nos organizar sem hierarquias nem tutelas.

 

A luta das mulheres é parte essencial da luta anarquista, pois sabemos que a transformação social só será possível com a participação ativa de todas as pessoas em sua diversidade. Contra o patriarcado, o capitalismo e o Estado autoritário, reivindicamos um futuro onde ninguém seja dominado ou explorado!

Este 8 de março é mais um chamado à união e à ação direta: juntas, vamos construir as bases para uma sociedade livre, igualitária e verdadeiramente humana. Prostitutas, trabalhadoras domésticas, mães solo, estudantes, operárias – todas são fundamentais nessa jornada.

Organizemo-nas! A revolução será feminista ou não será.

Federação Anarquista Capixaba – FACA

Alerta Vermelho: Segurança Digital e Metadados — Não Seja Alvo da Repressão!

Segurança Digital: proteção no mundo conectado - Evope

Compas,   

Enquanto a repressão avança, seja nas ruas ou nas redes, nossa resistência precisa ser tão ágil quanto inteligente. Não basta gritar palavras de ordem se nossos dispositivos e comunicações viram armas contra nós. Segurança digital não é paranoia: é sobrevivência. 

O que é segurança digital? 

É o conjunto de práticas para proteger informações, identidades e comunicações de vigilância, hackeamento ou interceptação. Não se trata só de “esconder” algo, mas de negar ao inimigo (Estado, corporações, grupos reacionários) a capacidade de rastrear, prender ou silenciar quem luta. 

Metadados: O Rastro Invisível 

Metadados são dados sobre dados. Parece abstrato? Imagine: 

Quem você ligou, quando e por quanto tempo

De onde acessou um site, qual app usou, com quem trocou mensagens. 

Localização do seu celular, mesmo com GPS desligado. 

Isso é um metadado. Eles não revelam o conteúdo da sua mensagem (se está criptografada), mas expõem padrões: sua rede de contatos, rotina, horários de ação. Sob um regime repressivo, metadados são suficientes para te identificar, invadir reuniões ou prender antes do ato. 

Cuidados Urgentes: 

  1. Apps de Mensagem: Use o Signal (criptografia ponta-a-ponta) ou Briar (sem servidores centralizados). Evite WhatsApp, SMS e Telegram (não são totalmente seguros).
  2. Redes e IP: Use VPNs confiáveis (como ProtonVPN) ou Tor para navegar. Seu IP é seu endereço digital — não deixe rastro.
  3. Celular: Evite vincular número real a contas ativistas. Use chips anônimos e desligue o aparelho em ações.
  4. Redes Sociais: Crie contas desvinculadas de sua identidade real. Não poste fotos com geolocalização ativa.
  5. Arquivos e Fotos: Remova metadados de imagens (use ferramentas como ExifCleaner) antes de compartilhar.
  6. Eduque-se e Eduque o Coletivo: Segurança é responsabilidade de todxs. Faça oficinas, compartilhe tutoriais, teste vulnerabilidades.

Lembre-se: 

Nenhuma ferramenta é 100% segura, mas a negligência é 100% perigosa. A repressão não dorme — ela aprende. Não dê a ela seu rosto, seu nome ou seu movimento. 

Pela liberdade, nas ruas e nos bytes! 

Federação Anarquista Capixaba – FACA 

Nota: Este texto é um guia básico. Aprofunde-se em segurança digital com fontes especializadas e adapte as práticas à sua realidade. 

🔒 Compartilhe, mas com cuidado: evite imprimir ou deixar registros digitais desnecessários.

FACA OFERECE ASSSESSORIA JURÍDICA GRATUITA!

Dentro do marco de expansão da FACA, este é mais um projeto em defesa das classes oprimidas!

A assessoria jurídica gratuita oferecida pela Federação Anarquista Capixaba – FACA, é fundamental para garantir que pessoas em situação de exploração tenham acesso aos seus direitos. Muitas vezes, trabalhadores e trabalhadoras em condições precárias não sabem como lutar por melhores condições de vida e trabalho. A presença de um suporte legal adequado pode ser a diferença entre a perpetuação da exploração e a defesa de direitos, proporcionando um meio para que essas pessoas se defendam de abusos e busquem reparações.

Além disso, a FACA segue atuando como um ativo instrumento no processo de conscientização e empoderamento das pessoas exploradas, oferecendo um atendimento jurídico acessível e eficaz. Com a assistência de profissionais capacitados e engajados na defesa dos direitos humanos, a organização contribui para um fortalecimento da classe trabalhadora, permitindo que as pessoas mais vulneráveis se aproximem da Federação e se organizem para o enfrentamento das injustiças do sistema capitalista. A assessoria jurídica gratuita, portanto, é um passo importante na construção de espaços mais justos e igualitários para todos.

Os agendamentos se darão por e-mail: fedca@riseup.net

AGENDA DE ATENDIMENTOS DE FEVEREIRO E MARÇO:

  • 20/02/2025 – SÃO MATEUS/ES
  • 21/02//2025 – PEDRO CANÁRIO/ES
  • 26/02/2025 – VENDA NOVA DO IMIGRANTE/ES
  • 07/03/2025 – VIANA/ES
  • 11/03/2025 – SERRA/ES
  • 20/03/2025 – VITÓRIA/ES
  • 27/03/2025 – CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES

FEDERAÇÃO ANARQUISTA CAPIXABA – FACA

14-12-2024: CINECLUBE FACA!

Lucio Urtubia Jiménez (Cascante, 18 de fevereiro de 1931 – Paris, 18 de julho de 2020) foi um pedreiro e anarquista espanhol. Considerado o último dos “bandidos bons”, tem sido definido como um “Robin Hood”, como um Quixote; embora, nas palavras de Albert Boadella “Lucio é um Quixote que não lutou contra os moinhos de vento, mas contra verdadeiros gigantes”.

O filme UM HOMEM DE AÇÃO retrata uma parte da vida deste anarquista e será exibido no dia 14 de dezembro de 2024, às 15 horas, pela Federação Anarquista Capixaba. Após a exibição, ocorrerá um debate sobre a obra e sua conjuntura.

PARTICIPE!

DIVULGUE!

APOIE O ANARQUISMO!

Inscrições via e-mail: fedca@riseup.net

Federação Anarquista Capixaba – FACA

Associada à União Geral Anarquista – UAF

 

A FACA vai à Espanha

Na esteira da celebração dos dois anos de fundação da Federação Anarquista Capixaba, um delegado da FACA, no mês de agosto, esteve na Espanha, com o objetivo de divulgar a Federação e estreitar laços com as trabalhadoras e trabalhadores do continente europeu.

Fomos gentilmente recebidos na Fundação Anselmo Lorenzo (FAL), onde conhecemos tão importante espaço, bem como os serviços que esta presta ao movimento libertário de Madrid, da Espanha e do Mundo. Sem a menor sombra de dúvidas, a FAL se faz fundamental para conservação e divulgação da memória e ideia anarquista.

Também fomos recebidos na sede da CNT de Madrid, onde acompanhamos o assessoramento sindical aos trabalhadores que buscam o sindicato, conhecemos a infraestrutura na qual os trabalhos são desenvolvidos e a nutrida biblioteca que as camaradas mantém.

A aliança entre exploradas e explorados de todo o mundo é uma ferramenta poderosa de luta que não pode ser desprezada. E nesse sentido, agradecemos de todo o coração à hospitalidade e carinho recebidos na Espanha, esperando que este pequeno passo seja apenas o início de uma longa cumplicidade anarquista.

Federação Anarquista Capixaba 

 

 

A farsa do Voto

Posição da Federação Anarquista Capixaba ante às eleições que se aproximam. 

O ato de votar é frequentemente celebrado como um dos pilares da democracia moderna, promovido como a expressão máxima do poder popular. No entanto, uma análise crítica sob a ótica anarquista revela que o voto não é, de fato, um instrumento de emancipação, mas uma ferramenta que legitima a dominação do Estado e perpetua as estruturas de exploração. Ao participar das eleições, os indivíduos entregam sua autonomia a representantes que, na prática, governam em benefício das elites e dos interesses capitalistas. Esse ritual eleitoral, que se repete a cada ciclo, não apenas mantém intactas as estruturas de poder, mas também perpetua a ilusão de que é possível mudar o sistema por dentro, enquanto na realidade, a democracia representativa é uma fachada que reduz a participação popular a um ato simbólico, esvaziado de qualquer significado transformador.

O Estado, por sua própria natureza, concentra poder em poucas mãos e administra a sociedade de cima para baixo, impondo suas regras e decisões. A ideia de que podemos alterar esse sistema elegendo “representantes do povo” é uma armadilha que desvia as energias revolucionárias para a via institucional, onde são inevitavelmente absorvidas e neutralizadas. Mesmo os candidatos que se apresentam como “progressistas” ou “reformistas” acabam, uma vez eleitos, submetidos às mesmas dinâmicas de poder, obrigados a fazer concessões que enfraquecem suas propostas originais. O ciclo eleitoral, assim, se torna um círculo vicioso que perpetua a dominação do capital e do Estado, mantendo as massas em um estado constante de apatia política, sem condições de questionar verdadeiramente a ordem estabelecida.

Registremos ainda que o próprio ato de votar cria a falsa impressão de que o povo tem voz e controle sobre as decisões que afetam suas vidas. No entanto, após o momento do voto, o cidadão comum é excluído dos processos decisórios, que passam a ser monopolizados pelos políticos e pelas instituições estatais. Esse afastamento entre o eleitor e as decisões políticas fortalece a alienação, alimentando a ideia de que a política é um campo reservado a especialistas, distantes da realidade e das necessidades do povo. Essa dinâmica reflete a natureza autoritária do Estado, que, ao invés de servir ao povo, se serve dele para perpetuar suas estruturas de poder em seu próprio benefício e das elites burguesas.

A verdadeira emancipação do povo só pode ser alcançada por meio da construção de uma autonomia coletiva, que rejeite a intermediação do Estado e se baseie na autogestão, no apoio mútuo e no federalismo. A autogestão permite que as pessoas organizem suas vidas e atividades em comum sem a imposição de hierarquias, tomando decisões de forma direta e horizontal. Esse modelo não apenas devolve o poder ao povo, mas também cria uma cultura de solidariedade e responsabilidade coletiva, onde todos participam ativamente na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O apoio mútuo, nesse contexto, é o alicerce que sustenta essas práticas, promovendo a cooperação e o cuidado entre os indivíduos e as comunidades, sem a necessidade de intervenção estatal.

No mesmo sentido, o federalismo anarquista propõe uma reorganização radical da sociedade, substituindo o Estado centralizado por uma rede de associações livres, onde as decisões são tomadas em assembleias locais e coordenadas de forma confederada. Essa estrutura descentralizada impede a concentração de poder e permite que as comunidades se autogovernem de acordo com suas necessidades e desejos, respeitando a diversidade e a autonomia de cada grupo. O federalismo, longe de ser uma utopia distante, já se manifesta em diversas lutas e movimentos sociais ao redor do mundo, onde as pessoas se organizam fora das instituições estatais para resolver seus problemas e criar alternativas ao capitalismo e ao Estado. Essas experiências demonstram que é possível viver sem a tutela do Estado, construindo uma sociedade baseada na liberdade e na cooperação.

Para que essa transformação ocorra, é crucial que se reconheça a inseparabilidade entre o Estado e o Capitalismo. O capitalismo depende do Estado para garantir a propriedade privada e a acumulação de riqueza nas mãos de poucos, enquanto o Estado se alimenta da exploração capitalista para manter suas estruturas de dominação. A luta contra o Estado, portanto, é também uma luta contra o Capitalismo, pois ambos são faces da mesma moeda de opressão. Não basta substituir os governantes; é necessário abolir o sistema que permite e perpetua a exploração e a desigualdade. Somente assim poderemos construir uma sociedade verdadeiramente livre, onde o poder não seja mais uma ferramenta de controle, mas uma expressão coletiva de liberdade e igualdade.

Além da autogestão e do federalismo, o anticapitalismo surge como um pilar fundamental na construção de uma nova sociedade. O capitalismo, em sua essência, é um sistema que gera desigualdade, explora o trabalho e mercantiliza todas as esferas da vida. Para o anarquismo, a única forma de romper com esse ciclo de exploração é por meio da abolição do capitalismo e da criação de uma economia baseada na cooperação, no socialismo antiautoritário e na solidariedade. Numa sociedade anticapitalista, a produção e a distribuição de riquezas são organizadas de acordo com as necessidades de todos, e não em função do lucro de poucos. Isso só é possível fora das lógicas de mercado e de competição que caracterizam o capitalismo, construindo uma economia que serve efetivamente ao bem comum.

Por fim, a necessidade de construir a autonomia da sociedade fora do Estado é uma resposta à falência das instituições e à incapacidade do sistema representativo de atender às demandas populares. A alternativa não reside em reformar o Estado ou o Capitalismo, mas em superá-los, construindo uma nova forma de organização social. Esse processo exige uma ruptura radical com as formas tradicionais de política, substituindo a delegação de poder pela participação direta e a competição pela cooperação. Somente através da autogestão, do apoio mútuo, do federalismo e do anticapitalismo, o povo poderá conquistar sua liberdade e construir uma sociedade onde a justiça, a igualdade e a solidariedade sejam as bases da convivência humana.

Não vote, lute!

Federação Anarquista Capixaba – FACA