A Cortina de Fumaça das ONGs: O Assistencialismo como Braço do Capital e do Estado

Camaradas, a realidade que nossa militância enfrenta no Espírito Santo é absurda: proliferam-se por nossos territórios organizações não governamentais que, longe de serem espaços de libertação, atuam como agentes de domesticação. São, em sua maioria, extensões camufladas de partidos políticos e igrejas, estruturas que não buscam a transformação radical da sociedade, mas sim a perpetuação de um sistema de dominação. É preciso denunciar com vigor: as ONGs, principalmente estas vinculadas, são parte orgânica do capitalismo e não nos salvarão de suas garras. Pelo contrário, são engrenagens que lubrificam a máquina da opressão.

Observemos as ONGs atreladas a partidos políticos. Sua existência é cíclica e eleitoreira. Surgem como braços “sociais” de legendas que almejam o controle do Estado, oferecendo migalhas assistencialistas em troca de lealdade futura nas urnas. Sua ação não fortalece a autonomia do povo, mas cria uma relação de dependência clientelista. Elas precisam do Estado, seja através de editais públicos, verbas parlamentares ou convênios, recursos esses que são usados para ampliar a base de influência do partido. São, portanto, instrumentos para acessar o poder estatal e, consequentemente, gerir os mecanismos do capital. Lutam por uma fatia do bolo, jamais pela destruição do forno que cozinha a miséria.

Da mesma forma, as ONGs vinculadas a igrejas operam uma colonização mais profunda, misturando caridade com proselitismo. Utilizam a fome e a vulnerabilidade para impor uma moral religiosa e expandir seu rebanho. Sua ajuda é condicional, um embrulho para a doutrinação, que visa pacificar os oprimidos com a promessa de recompensa celestial, anestesiando a revolta terrena necessária. Estas organizações também dependem do Capital, seja através de doações de grandes corporações que buscam lavar sua imagem, seja de recursos públicos obtidos por sua enorme influência política. São o braço “social” do capitalismo teológico, que converte a necessidade material em controle espiritual.

A conjuntura é clara: estas ONGs não existem à margem do sistema. Elas são funcionais a ele. O capitalismo, em sua fase neoliberal, terceiriza para elas o papel de amortecer os impactos mais brutais da exploração, um paliativo que evita a explosão social. O Estado, por sua vez, as financia e regula, cooptando potenciais focos de resistência e transformando demandas por direitos em projetos gerenciáveis. São uma válvula de escape, uma forma de gerenciar a pobreza sem alterar as estruturas que a produzem. Enquanto distribuem cestas básicas, silenciam sobre a propriedade privada dos meios de produção.

Nós, da Federação Anarquista Capixaba, rejeitamos esta cortina de fumaça. Nossa luta não é por mais ONGs, mas por organização popular autônoma, direta e de base. Acreditamos na ação direta, na ajuda mútua desinteressada, na construção de realidades que confrontem o poder, desde baixo, sem mediadores, sem patrões e sem sacerdotes. Construímos comedores comunitários autogeridos, hortas coletivas, grupos de defesa territorial e círculos de estudo sem vínculo com editais ou interesses eleitorais. Nossa solidariedade é de classe, não é esmola nem investimento.

Portanto, desmascaremos essas entidades que, vestidas com o manto da bondade, fortalecem as correntes que nos aprisionam. Não depositemos nossa esperança em salvadores institucionais. Nossa libertação não virá de cima, nem de projetos aprovados no gabinete de um político ou na cúria de uma igreja. Virá da nossa própria capacidade de nos organizarmos, horizontalmente, combatendo o Estado, o Capital e todas as suas faces, inclusive as mais “beneméritas”. A verdadeira transformação social nasce da autonomia, do apoio mútuo e da luta intransigente contra todas as formas de dominação. Fora do povo organizado, não há salvação!

Federação Anarquista Capixaba – FACA

Para Além do Estado e do Capital: A Urgência dos Sonhos por Inteiro!

Camaradas, nós, anarquistas, erguemos nossa voz contra a tirania de todos os senhores e contra a mediocridade de todas as revoluções parciais. Rejeitamos com todo o nosso ímpeto a vã promessa dos marxistas, leninistas, estatistas, capitalistas, etc, que nos oferecem meras migalhas de emancipação em troca de nossa submissão a um novo mestre: o Estado. Seja na versão burocrática da “ditadura do proletariado”, seja na falácia reformista do capitalismo regulado, todos eles pregam a mesma heresia: a de que a liberdade pode ser administrada, parcelada e distribuída por um poder central. Nós rasgamos esse contrato de escravidão! Não queremos os sonhos parcelados desses traficantes de ilusões. QUEREMOS SONHOS POR INTEIRO!

Esses “sonhos parcelados” são uma armadilha perversa. Os marxistas-leninistas prometem um futuro comunista, mas seu método é a conquista do aparelho estatal, a criação de uma nova classe de burocratas e a perpetuação da lógica do poder. Eles trocam o patrão privado pelo patrão estatal, a exploração capitalista pela exploração estatal. O seu sonho é um pesadelo autoritário, onde a liberdade individual é esmagada em nome de um coletivo forjado pela coerção. O Estado, em qualquer forma que se apresente, é inimigo da autogestão e da livre associação. É a negação da revolução social, pois substitui a iniciativa direta do povo pelo decreto de uma minoria que se julga iluminada.

Da mesma forma, o capitalismo, em sua fase mais selvagem ou em sua máscara social-democrata, só nos oferece o sonho parcelado do consumidor. Ele nos vende a ilusão de liberdade através da posse de mercadorias, enquanto nos rouba a autonomia real sobre nossas vidas e nosso trabalho. O seu “sonho” é um pesadelo de alienação, onde nos tornamos apêndices da máquina de produção e consumidores de nossa própria miséria. O capital e o Estado são as duas faces da mesma moeda opressora; um não pode existir sem o outro. O Estado garante a propriedade privada dos meios de produção e a hierarquia social, enquanto o capital sustenta o poder econômico que alimenta o aparato estatal.

Portanto, nossa luta não é por um Estado “melhor” ou por um capitalismo “mais justo”. Nossa luta é pela abolição pura e simples de ambos! QUEREMOS SONHOS POR INTEIRO: sonhos de uma sociedade onde a autogestão seja o princípio organizador de baixo para cima; onde as comunidades livres federem-se voluntariamente; onde o trabalho seja uma atividade criativa e não uma condenação; e onde a solidariedade substitua a competição. Queremos a materialização de um mundo novo, onde cada indivíduo seja senhor de seu próprio destino, cooperando livremente com seus iguais, sem a sombra opressora de governos, polícia, exércitos ou patrões.

O caminho para este mundo não passa pelas urnas do Estado ou pela tomada de seu palácio. Passa pela ação direta, pela organização horizontal, pelo apoio mútuo e pela construção aqui e agora, nas entranhas da velha sociedade, dos embriões do mundo novo. É na greve selvagem, na comuna autônoma, no coletivo de produção, na ocupação e em toda forma de resistência que negamos o poder e afirmamos a vida. Não pedimos permissão para ser livres. Tomamos nossa liberdade com nossas próprias mãos. A nós, anarquistas, cabe a tarefa gloriosa de sonhar o impossível para conquistar o real: um mundo sem Estado e sem capital. À ação, pois! Pela revolução social e pela liberdade total

Liberto Herrera.

English Translation:

Beyond the State and Capital: The Urgency of Whole Dreams!

Comrades, we anarchists raise our voices against the tyranny of all masters and against the mediocrity of all partial revolutions. With all our impetus, we reject the vain promise of Marxists, Leninists, statists, capitalists, etc., who offer us mere crumbs of emancipation in exchange for our submission to a new master: the State. Whether in the bureaucratic version of the “dictatorship of the proletariat” or in the reformist fallacy of regulated capitalism, they all preach the same heresy: that freedom can be administered, parceled out, and distributed by a central power. We tear up this contract of slavery! We do not want the partial dreams of these traffickers of illusions. WE WANT WHOLE DREAMS!

These “partial dreams” are a perverse trap. The Marxist-Leninists promise a communist future, but their method is the conquest of the state apparatus, the creation of a new class of bureaucrats, and the perpetuation of the logic of power. They exchange the private boss for the state boss, capitalist exploitation for state exploitation. Their dream is an authoritarian nightmare, where individual freedom is crushed in the name of a collective forged by coercion. The State, in whatever form it presents itself, is the enemy of self-management and free association. It is the negation of social revolution, for it replaces the direct initiative of the people with the decree of a minority that considers itself enlightened.

In the same way, capitalism, in its most savage phase or in its social-democratic mask, only offers us the partial dream of the consumer. It sells us the illusion of freedom through the possession of commodities, while it steals from us real autonomy over our lives and our work. Its “dream” is a nightmare of alienation, where we become appendages of the production machine and consumers of our own misery. Capital and the State are the two sides of the same oppressive coin; one cannot exist without the other. The State guarantees the private property of the means of production and the social hierarchy, while capital sustains the economic power that feeds the state apparatus.

Therefore, our struggle is not for a “better” State or for a “more just” capitalism. Our struggle is for the pure and simple abolition of both! WE WANT WHOLE DREAMS: dreams of a society where self-management is the organizing principle from the bottom up; where free communities federate voluntarily; where work is a creative activity and not a condemnation; and where solidarity replaces competition. We want the materialization of a new world, where every individual is master of their own destiny, cooperating freely with their equals, without the oppressive shadow of governments, police, armies, or bosses.

The path to this world does not pass through the State’s ballot boxes or the seizure of its palace. It passes through direct action, through horizontal organization, through mutual aid, and through building here and now, within the bowels of the old society, the embryos of the new world. It is in the wildcat strike, in the autonomous commune, in the production collective, in the occupation, and in every form of resistance that we deny power and affirm life. We do not ask for permission to be free. We take our freedom with our own hands. To us, anarchists, falls the glorious task of dreaming the impossible to conquer the real: a world without a State and without capital. To action, then! For the social revolution and for total freedom.

Liberto Herrera.

Al Español:

Más Allá del Estado y del Capital: ¡La Urgencia de los Sueños Enteros!

Camaradas, nosotros, los anarquistas, alzamos nuestra voz contra la tiranía de todos los amos y contra la mediocridad de todas las revoluciones parciales. Rechazamos con todo nuestro ímpetu la vana promesa de marxistas, leninistas, estatistas, capitalistas, etc., que nos ofrecen meras migajas de emancipación a cambio de nuestra sumisión a un nuevo amo: el Estado. Ya sea en la versión burocrática de la “dictadura del proletariado” o en la falacia reformista del capitalismo regulado, todos predican la misma herejía: que la libertad puede ser administrada, parcelada y distribuida por un poder central. ¡Rasgamos ese contrato de esclavitud! No queremos los sueños parcelados de esos traficantes de ilusiones. ¡QUEREMOS SUEÑOS ENTEROS!

Esos “sueños parcelados” son una trampa perversa. Los marxista-leninistas prometen un futuro comunista, pero su método es la conquista del aparato estatal, la creación de una nueva clase de burócratas y la perpetuación de la lógica del poder. Cambian al patrón privado por el patrón estatal, la explotación capitalista por la explotación estatal. Su sueño es una pesadilla autoritaria, donde la libertad individual es aplastada en nombre de un colectivo forjado por la coerción. El Estado, en cualquier forma que se presente, es enemigo de la autogestión y la libre asociación. Es la negación de la revolución social, pues sustituye la iniciativa directa del pueblo por el decreto de una minoría que se cree iluminada.

De la misma forma, el capitalismo, en su fase más salvaje o en su máscara socialdemócrata, sólo nos ofrece el sueño parcelado del consumidor. Nos vende la ilusión de libertad a través de la posesión de mercancías, mientras nos roba la autonomía real sobre nuestras vidas y nuestro trabajo. Su “sueño” es una pesadilla de alienación, donde nos convertimos en apéndices de la máquina de producción y consumidores de nuestra propia miseria. El Capital y el Estado son las dos caras de la misma moneda opresora; uno no puede existir sin el otro. El Estado garantiza la propiedad privada de los medios de producción y la jerarquía social, mientras el capital sustenta el poder económico que alimenta el aparato estatal.

Por lo tanto, nuestra lucha no es por un Estado “mejor” o por un capitalismo “más justo”. ¡Nuestra lucha es por la abolición pura y simple de ambos! QUEREMOS SUEÑOS ENTEROS: sueños de una sociedad donde la autogestión sea el principio organizador de abajo hacia arriba; donde las comunidades libres se federen voluntariamente; donde el trabajo sea una actividad creativa y no una condena; y donde la solidaridad reemplace a la competencia. Queremos la materialización de un mundo nuevo, donde cada individuo sea señor de su propio destino, cooperando libremente con sus iguales, sin la sombra opresora de gobiernos, policía, ejércitos o patrones.

El camino hacia este mundo no pasa por las urnas del Estado ni por la toma de su palacio. Pasa por la acción directa, por la organización horizontal, por el apoyo mutuo y por la construcción aquí y ahora, en las entrañas de la vieja sociedad, de los embriones del mundo nuevo. Es en la huelga salvaje, en la comuna autónoma, en el colectivo de producción, en la ocupación y en toda forma de resistencia donde negamos el poder y afirmamos la vida. No pedimos permiso para ser libres. Tomamos nuestra libertad con nuestras propias manos. A nosotros, los anarquistas, nos corresponde la tarea gloriosa de soñar lo imposible para conquistar lo real: un mundo sin Estado y sin capital. ¡A la acción, pues! Por la revolución social y por la libertad total.

Liberto Herrera.

PELA UNIÃO E ORGANIZAÇÃO ANARQUISTA: DA TEORIA À AÇÃO COMBATIVA!

Às companheiras, companheiros e companheires, àqueles que carregam no peito o fogo da liberdade e o ódio à opressão: saudações da Federação Anarquista Capixaba!

O atual momento histórico exige mais do que palavras indignadas; exige ação concertada e estratégia. Enquanto nos perdemos em discursos fragmentados e ações desconexas, o capital avança, internacional e articulado, pisoteando povos, ecossistemas e qualquer resquício de autonomia. Sua face é global, e nossa resposta, até agora, tem sido localista e insuficiente. É hora de entender que a luta contra o Leviatã Estatal e o vampiro do Capital não será vencida por atos de bravura isolados, mas pela construção de um movimento capaz de enfrentá-los em todas as frentes.

A dispersão é nosso maior inimigo interno. Enquanto nos contentamos com grupelhos fechados em suas próprias verdades ou ações simbólicas sem continuidade, o sistema ri e segue seu caminho de destruição. Romantizar a espontaneidade sem organização é um luxo que não podemos mais nos dar. Precisamos de uma união orgânica, fluida e combativa, que transcenda as afinidades pessoais e se estruture em torno de um programa e uma estratégia comum. Só uma organização específica anarquista, firmemente enraizada nas lutas populares, pode acumular forças, compartilhar experiências e projetar uma transformação social real e duradoura.

Não basta diagnosticar os males do mundo; é nossa obrigação mergulhar nas profundezas da conjuntura e dela extrair um plano de batalha realista. A análise não é um exercício acadêmico, mas a base para a ação eficaz. Devemos estudar minuciosamente as táticas do inimigo, identificar seus pontos fracos e, a partir daí, criar estratégias de ação que sejam ao mesmo tempo ousadas e exequíveis. Isso significa conectar nossa prática cotidiana – do apoio mútuo nas comunidades à greve no local de trabalho – com nosso horizonte estratégico de transformação social radical. É a ponte que nos tira do campo das ideias e nos lança ao combate direto.

O capital não conhece fronteiras, e nossa solidariedade também não pode conhecer. Nossa luta no Espírito Santo está intrinsecamente ligada à dos povos da Amazônia, dos trabalhadores da Europa, dos oprimidos do Sul global. A internacionalização da luta não é um slogan, mas uma necessidade de sobrevivência e vitória. Devemos construir canais de comunicação, apoio e ação direta com organizações irmãs em todo o mundo, compartilhando táticas, recursos e, acima de tudo, a convicção de que nenhum de nós é livre enquanto um de nós for escravo. Nossa rede deve ser tão global quanto a do capital, porém, fundada na liberdade e na cooperação, não na exploração.

Portanto, chamamos todas e todos que almejam um mundo verdadeiramente livre a superar a inércia e o sectarismo. Unamo-nos sob a bandeira negra e vermelha da Anarquia organizada! Vamos forjar na prática uma ferramenta de luta afiada, capaz de analisar, planejar e atacar. O inimigo é poderoso, mas nossa força reside no povo organizado. É hora de transformar nossa indignação em movimento, nossa teoria em ação combativa e nossa esperança em realidade. A luta é aqui, é agora e é até a vitória final!

PELA ANARQUIA!
FEDERAÇÃO ANARQUISTA CAPIXABA (FACA)

O Fogo do Conhecimento na Revolução Anarquista

A ignorância não é inocente: é o alicerce sobre o qual o capitalismo ergue seus templos de opressão. A alienação fabricada pelo sistema — que transforma história em mercadoria, ciência em ferramenta corporativa e pensamento crítico em ameaça — não é acidental. É projeto. Romper essa névoa exige estudo militante: ler Bakunin para entender as engrenagens da exploração, devorar Kropotkin para desenhar horizontes de mútua ajuda, decifrar Bookchin para fundir ecologia e libertação, etc. Conhecimento, aqui, não é adorno: é martelo para quebrar grilhões. Quem desconhece as estruturas da dominação reproduz, mesmo sem querer, a lógica do opressor.

Nesse contexto, a leitura anarquista é subversão ativa — um ataque à propriedade intelectual do saber. Enquanto universidades corporativas vendem diplomas como títulos de nobreza, nós erguemos bibliotecas livres nas ocupações, traduzimos panfletos em assembleias, debatemos Malatesta em greves. Cada texto anarquista lido coletivamente é um ato de desobediência epistêmica: nega-se o monopólio das elites sobre a razão. Estudar Emma Goldman não é exercício acadêmico; é aprender com quem incendiou teatros do patriarcado. A teoria, longe de ser abstração, é mapa de guerrilha contra o Estado e o Capital.

Refletir, porém, não é contemplação passiva. É autocrítica feroz e coletiva — a arma que impede a revolução de petrificar em nova tirania. Questionamos Proudhon diante de seu racismo, confrontamos as contradições de Stirner com o comunitarismo, reescrevemos o mutualismo à luz das lutas indígenas. Essa reflexão permanente desmonta dogmas e evita a criação de novos sacerdotes revolucionários. Nas palavras de Gustav Landauer: “O Estado é uma condição, um tipo de relação entre seres humanos” — desnaturalizá-lo exige pensar (e viver) relações antiautoritárias aqui e agora, nos espaços autogeridos.

Por fim, estudar é preparar o terreno do possível. Não há revolução duradoura sem transformação íntima: desaprender a competição, desenterrar a empatia soterrada pelo consumismo, forjar éticas baseadas na solidariedade. Quando comunidades estudam permacultura para criar zonas autônomas, quando coletivos mapeiam redes de apoio mútuo durante desastres climáticos, estão aplicando o conhecimento como alavanca material. A utopia não cai do céu: constrói-se com livros nas mãos, mas os pés nas ruas. Saber, nesse sentido, é o primeiro ato de rebelião — e o último refúgio que o capital jamais controlará.

Federação Anarquista Capixaba – FACA

Conferências da UAF: Não é falta de comida, é excesso de Capitalismo: A invenção da Fome

A FACA divulga a Conferência da UAF (a qual somos filiades), convidando tod@s camaradas e afins para prestigiar!

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A fome não é um acidente nem uma fatalidade. É um projeto político e econômico do capitalismo, que transforma o alimento – um direito básico – em uma mercadoria lucrativa. Enquanto o agronegócio ostenta recordes de produção e lucros bilionários, milhões são lançados à miséria extrema, vítimas de um sistema que prioriza a exportação e a acumulação de riqueza nas mãos de poucos. A fome é a violência mais visceral deste modelo de morte.

É urgente desmascarar essa engrenagem perversa e romper com a narrativa de que não há alternativa. Precisamos falar de soberania alimentar, de autogestão, de apoio mútuo e de como a organização popular direta pode construir um novo caminho, desde já, a partir da base, sem depender do Estado ou dos capitalistas.

União Anarquista Federalista (UAF) convoca todes para a conferência “A Fome é uma Invenção do Sistema Capitalista”, no dia 03 de Outubro de 2025, às 20h. Vamos juntar a fome com a vontade de lutar! Para garantir sua inscrição e receber o link de acesso, envie um e-mail para uaf@riseup.net. Não vamos apenas denunciar a fome; vamos organizar a sua abolição!

União Anarquista Federalista (UAF)

3 ANOS DE FACA: MEMÓRIA, REVOLTA E CINEMA NA QUEBRADA!

Em 2025, completamos 3 anos de organização e luta anarquista no Espírito Santo. E pra celebrar nossa resistência, nada melhor que resgatar a história daqueles que ousaram sonhar com liberdade antes de nós.

FACA – Federação Anarquista Capixaba convida para o Cineclube FACA, com a exibição do documentário:

“COLÔNIA CECÍLIA: UM SONHO ANARQUISTA”

Um filme que revive uma das experiências anarquistas mais radicais do Brasil — a colônia libertária que desafiou o poder, a propriedade e a moral no século XIX. Uma história de sonho, rebeldia e utopia concreta que ecoa até hoje.

Vamos exibir, debater e refletir junto com as quebradas do estado:

📅 CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
25/08 (segunda) – 19h

📅 LARANJA DA TERRA
26/08 (terça) – 19h

📅 MUNIZ FREIRE
01/09 (segunda) – 19h

Essa atividade integra o calendário de lutas dos nossos 3 anos. É cultura, é formação, é luta!
Leve sua ideia, seu povo e sua revolta.

– Informações e inscrições: fedca@riseup.net

Vamos ocupar as telas e as ruas. Por um cinema que educa, e uma educação que liberta!

Federação Anarquista Capixaba – FACA

A ARTE E O VEGETARIANISMO NÃO SÃO APENAS ESCOLHAS — SÃO FERRAMENTAS DE REVOLTA.

No marco comemorativo/combativo dos 03 anos da FACA, perguntamos: E se a liberdade começar no prato? E se a transformação social brotar das cores, dos traços e das vozes que ecoam nas ruas?

No dia 28 de agosto, às 20 horas, na Praça do Obanga, no Centro de Vitória, vamos ocupar o espaço público para dialogar, criar e resistir. Vamos discutir como o vegetarianismo e a arte se entrelaçam na luta por um mundo sem opressão — sem donos, sem amos, sem amarras.

Este não é um evento só sobre o que comemos ou sobre o que pintamos. É sobre como essas escolhas cotidianas desafiam estruturas de poder, crueldade e exploração. É sobre emancipação pela consciência e pela ação direta.

Traga sua voz, sua arte, suas ideias e sua fome de mudança. Vamos juntes semear reflexão, compartilhar sabores rebeldes e fortalecer laços de luta e solidariedade.

🗓️ Data: 28 de agosto (quarta-feira)
⏰ Horário: 20h
📍 Local: Praça do Obanga, Centro – Vitória
📞 Informações: (27) 99261-2210

Não espere liberdade — construa-a com as próprias mãos.
Venha fazer parte dessa roda de conversa, intervenção e resistência!

Federação Anarquista Capixaba – FACA

3 ANOS DE FACA: ORGANIZAÇÃO, LUTA E TRANSFORMAÇÃO!

Há quase três anos, plantamos uma semente de resistência no solo capixaba. No dia 11 de setembro de 2025, a FACA – Federação Anarquista Capixaba completa 3 anos de organização, luta e construção popular no Espírito Santo.

Três anos de coragem, três anos de rebeldia, três anos tecendo redes anticapitalistas, antipatriarcais e antirracistas em meio ao domínio do Estado e do capital.

Para marcar essa trajetória de confronto e construção, organizaremos uma série de atividades por todo o território capixaba — de norte a sul, das periferias aos centros — com rodas de conversa, cineclubes, formação política, articulação e ação direta nas ruas.

E abriremos nosso calendário de lutas com:

🎨 “A ARTE E O VEGETARIANISMO COMO FERRAMENTAS DE EMANCIPAÇÃO ANARQUISTA”
📅 28 de agosto | 🕗 20h | 📍 Praça do Obanga, Centro – Vitória

Essa é só a primeira de muitas ações que virão. Nosso objetivo é claro: fortalecer a organização popular, difundir a ideia anarquista e construir um mundo novo e horizontal desde baixo.

Fiquem atentos às redes e aos chamados! A luta não para — e não pede licença.

📅 Início das atividades: 28 de agosto
🗓️ Ciclo de lutas: Durante todo o mês de setembro e além!
📲 Acompanhe e participe!

Pé no chão, punho cerrado!

Federação Anarquista Capixaba – FACA

Honremos Octavio Alberola com Luta e Revolução!

Camaradas, a morte do companheiro Octavio Alberola (1928-2025) não é apenas a partida de um velho militante, mas um chamado à ação para nossa geração. Seu legado nos ensina que o anarquismo não é teoria morta, mas prática incendiária contra o Capital e o Estado. Desde as ruas de San Sebastián até as prisões da França, Alberola mostrou que a ética libertária se constrói na luta direta, sem concessões. Hoje, quando o fascismo ressurge disfarçado de democracia, quando o imperialismo esmaga Gaza, quando o Estado brasileiro massacra favelas e o capital chinês escraviza trabalhadores, só há uma resposta possível: organização, rebeldia e ação. A memória do companheiro não se honra com discursos, mas com fogo revolucionário nas veias!

Alberola nos deixou uma lição clara: o anarquismo que não confronta o poder é traição. Ele não hesitou em atacar Franco, sequestrar fascistas ou desafiar prisões, porque sabia que a liberdade não se negocia. Enquanto reformistas pedem “paciência histórica” e partidos de esquerda burocratizam a revolta, nós, anarquistas, devemos radicalizar as ruas. Seja nas ocupações gregas contra a austeridade, nos levantes populares no Brasil, nas greves selvagens na China ou na resistência palestina, nossa tarefa é desmantelar o Estado onde ele se erguer. Alberola não fugiu da luta — e nós também não podemos!

A história não perdoará os covardes. O capitalismo avança com genocídios, ecocídios e precarização global, e só a ação direta pode detê-lo. Alberola sabia que explosivos simbólicos, greves gerais e solidariedade internacional eram armas mais poderosas que votos ou petições. No Brasil, onde milícias e latifúndio reinam, na Grécia onde a polícia espanca imigrantes, na China onde sindicatos são ilegais e em Gaza onde o sionismo pratica limpeza étnica, a resposta é a mesma: autogestão, apoio mútuo e insurreição. Não há “transição pacífica” possível — só a ruptura!

O reformismo é a morte da revolução. Alberola rejeitou a “Reconciliação Nacional” espanhola porque entendia que pactos com o Estado são derrotas. Hoje, quando falsas esquerdas nos pedem para confiar em governos “progressistas”, devemos lembrar: Lula prende anarquistas, o Syriza entregou a Grécia aos bancos, e na China o PCC esmaga qualquer dissidência. Nossa luta é contra todo poder, sem ilusões. Diversos exemplos históricos mostram o caminho: autodefesa, horizontalidade e internacionalismo. Alberola vive nesses combates!

Camaradas, o século XXI será anarquista ou não será. Octavio Alberola partiu, mas seu espírito incendia cada ocupação, cada barricada, cada gesto de rebeldia. Não o honraremos com velas, mas com pólvora. Não com lamentos, mas com organização popular nos bairros, nas fábricas, nos campos. Do Brasil à Palestina, ergamos a bandeira negra e vermelha da revolução social. Como Alberola gritou até o fim: “Ni Dios, ni Patrón, ni Estado!” A luta continua — e a vitória será nossa!

Liberto Herrera.

CINECLUBE EM MIMOSO DO SUL: 21/07/2025

No dia 21 de julho de 2025, às 19 horas, em Mimoso do Sul/ES, o cineclube UAF/FACA exibe o documentário Viver a Utopia, em memória de mais um aniversário da Revolução Social Espanhola de 1936. Um tributo à coragem e à organização das trabalhadoras e trabalhadores que ousaram construir uma nova sociedade, baseada na autogestão, solidariedade e liberdade.

Convidamos todas e todos para este momento de celebração, memória e luta. Inscrições pelo e-mail: fedca@riseup.net.

¡Viva la Revolución Social!

Federação Anarquista Capixaba – FACA