A FACA INAUGURA MAIS UMA INICIATIVA: BANCA DA SOLIDARIEDADE EM FAVOR DA VIDA

A Federação Anarquista Capixaba, federada à União Anarquista Federalista (UAF),  juntamente com outras individualidades, apresenta o projeto Banca da Solidariedade em Favor da Vida, uma iniciativa permanente e que promete criar raízes em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Espírito Santo. 

O projeto Banca da Solidariedade em Favor da Vida tem como objetivo criar um espaço comunitário voltado ao apoio mútuo, à solidariedade e à autogestão. Inspirado em princípios de horizontalidade, busca promover uma rede de ajuda entre as pessoas, onde cada indivíduo pode contribuir com o que puder e retirar o que precisar, especialmente alimentos. A ideia central é que o local funcione como uma “banca” autônoma, acessível a todos, sem intermediários ou burocracias.

Baseado na prática da economia solidária, a banca está estruturada em um ponto estratégico da comunidade, permitindo que alimentos, itens de higiene e outros bens essenciais sejam compartilhados de forma livre, voluntária e anticapitalista. Esse modelo elimina hierarquias, promovendo um sistema de troca baseado na confiança e no respeito entre os participantes.

O projeto visa, sobretudo, minimizar o impacto da insegurança alimentar, que afeta muitas famílias, especialmente em tempos de crise. Além disso, fortalece os laços comunitários, criando um senso de pertencimento e responsabilidade coletiva. A autogestão é fundamental para a sustentabilidade da iniciativa, com a própria comunidade sendo responsável pela manutenção e organização do espaço.

A Banca da Solidariedade representa uma forma concreta de resistir às lógicas excludentes do mercado e do individualismo, incentivando uma cultura de generosidade e cuidado com o outro.

Convidamos todas as individualidades, não apenas do Espírito Santo, mas de todo o território dominado pelo estado brasileiro, para espalharmos esta iniciativa! 

Aproveitamos ainda para convidar você: FILIE-SE À FACA!

Federação Anarquista Capixaba

A FACA vai à Espanha

Na esteira da celebração dos dois anos de fundação da Federação Anarquista Capixaba, um delegado da FACA, no mês de agosto, esteve na Espanha, com o objetivo de divulgar a Federação e estreitar laços com as trabalhadoras e trabalhadores do continente europeu.

Fomos gentilmente recebidos na Fundação Anselmo Lorenzo (FAL), onde conhecemos tão importante espaço, bem como os serviços que esta presta ao movimento libertário de Madrid, da Espanha e do Mundo. Sem a menor sombra de dúvidas, a FAL se faz fundamental para conservação e divulgação da memória e ideia anarquista.

Também fomos recebidos na sede da CNT de Madrid, onde acompanhamos o assessoramento sindical aos trabalhadores que buscam o sindicato, conhecemos a infraestrutura na qual os trabalhos são desenvolvidos e a nutrida biblioteca que as camaradas mantém.

A aliança entre exploradas e explorados de todo o mundo é uma ferramenta poderosa de luta que não pode ser desprezada. E nesse sentido, agradecemos de todo o coração à hospitalidade e carinho recebidos na Espanha, esperando que este pequeno passo seja apenas o início de uma longa cumplicidade anarquista.

Federação Anarquista Capixaba 

 

 

A FACA reafirma seu compromisso com o antifascismo

 

A Federação Anarquista Capixaba (FACA) realizou no último 27 de julho de 2024 um ato antifascista no centro da cidade de Vitória, território dominado pelo estado do Espírito Santo. 

A oportunidade foi perfeita para difundir o anarquismo e bradar a necessidade de avançarmos na luta contra o Capital e o Estado, projetando a luta antifascista para além destes dois inimigos e com o objetivo de transformação social. 

Duas excelentes bandas se apresentaram, muito material foi compartilhado (incluso com pessoas que pela rua passavam), ideias trocadas e conexões criadas. 

Assim, a FACA bota seu bloco antifascista na rua, deixando claro que a luta está em nosso DNA e nada irá nos parar!  

EVENTO ANTIFASCISTA DIA 27/07!

A Federação Anarquista Capixaba (FACA) convida todas e todos para a jornada antifascista, autogestionária e anarquista, neste sábado 27 de julho, em Vitória, Espírito Santo. Este evento, em parceria com a @caramelodiscos, é uma celebração da resistência, da liberdade e da solidariedade, trazendo artistas que se dedicam a promover uma sociedade mais justa e igualitária.
Venha compartilhar conosco essa noite de música, consciência e resistência!

Dia: 27/07/2024

Horário: 17 horas

Local: Caramelo Discos, na Rua Gama Rosa, 103, Centro, Vitória-ES.

NOTA DO CONSELHO DE LIDERANÇAS DO POVO GUATÓ SOBRE OS INCÊNDIOS QUE DESTROEM O PANTANAL

A Federação Anarquista Capixaba (FACA) se solidariza com os e as camaradas do Povo Guató, oportunidade na qual difundimos a nota por eles confeccionada. Destacamos que somente o combate imparável contra o capitalismo e o estado poderá garantir um futuro viável e sustentável aos povos que habitam o Guadakan e toda a Terra!

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Nós, membros do Conselho de Lideranças do Povo Guató no Guadakan/Pantanal, vimos a público prestar esclarecimentos e registrar posicionamento sobre os incêndios que destroem a planície pantaneira.

Em primeiro lugar, descendemos das mais antigas populações indígenas canoeiras que se estabeleceram no Pantanal. Ao longo de mais de 8 mil anos, jamais destruímos o Guadakan, pelo contrário; sempre promovemos a preservação ambiental e mudanças positivas nas paisagens locais. Este bioma é sagrado e nosso território ancestral, onde somos o que somos, um povo originário resistente, aguerrido, trabalhador e defensor da biodiversidade.

Em segundo lugar, os incêndios que ocorrem em muitos lugares, como verificado em 2020 e agora em 2024, em nada têm a ver com qualquer prática tradicional de queimada promovida por povos originários. Esses incêndios são invenções dos brancos que se instalaram no Guadakan e percebem a região como um espaço de oportunidades para o lucro sem fim. Em 2020, por exemplo, incêndios destruíram grande parte da cobertura vegetal de áreas tradicionalmente ocupadas pelas comunidades das Aldeias Aterradinho e Barra do São Lourenço, e por pouco não chegaram até a Aldeia Uberaba. Também atingiram e seguem atingir áreas onde comunidades Guató sofrem um doloso processo de invisibilidade étnica, tanto em Mato Grosso quanto em Mato Grosso do Sul.

Em terceiro lugar, a ausência da presença eficaz e moralizadora do Estado Brasileiro no Pantanal profundo faz parte de um projeto político e econômico de longa data. Favorece para que o Guadakan continue a ser uma terra onde a lei predominante é a vontade dos poderosos, que detêm o poder econômico e possuem representantes nos poderes constituídos na República. Esses poderosos têm acesso à mídia e costumam posar de defensores da natureza, divulgar inverdades e falar impropérios sobre a crise climática e os incêndios. A ausência efetiva do Estado Brasileiro também serve para o empoderamento de ONGs (Organizações Não Governamentais) ambientalistas e anti-indígenas, financiadas com recursos sabe-se lá de onde, que promovem a invisibilidade étnica do povo Guató, causam cisões e desentendimentos nas comunidades e propagam mentiras a nosso respeito. Elas impõem a muitas de nossas famílias e comunidades os rótulos de “tradicionais”, “ribeirinhas”, “descendentes de indígenas”, “isqueiras”, “corixeiras” etc. Ora, sabemos que filhote de onça-pintada não pode ser outra coisa senão onça-pintada. Portanto, filhas e filhos de pais Guató ou de pai ou mãe Guató são Guató, e isso deve ser motivo de orgulho, jamais de vergonha.

Em quarto lugar, a experiência exitosa da Expedição Guató e da Expedição Técnica Guató, realizadas na segunda quinzena de abril de 2024, são exemplos positivos do que desejamos em relação à presença eficaz e moralizadora do Estado Brasileiro. As duas expedições contaram com a valorosa participação da Marinha do Brasil (6º Distrito Naval e Flotilha de Mato Grosso), Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (representado pelo Conselho de Supervisão dos Juizados Especiais), Secretaria Especial de Agricultura Familiar, Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais da SEMADESC (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Mato Grosso do Sul), GIZ (Agência Alemã de Cooperação Internacional), FUNAI (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Ministério Público Federal, AGRAER (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Fundação de Cultura de Mato Groso do Sul, pesquisadores de universidades e representantes de movimentos sociais. Por isso, a data de 24 de Abril de 2024 marca um novo momento para a comunidade da Aldeia Barra do São Lourenço, há muito esquecida no Pantanal profundo, onde, na década de 1990, muitas de suas famílias foram vítimas de remoção forçada e tiveram suas casas destruídas na localidade chamada Acurizal. O esbulho foi feito por pessoas a serviço da ONG Ecotrópica, que a época também posava de defensora do Pantanal e sua biodiversidade.

Em quinto lugar, desde os anos 1990 que registramos a ausência do apoio de ONGs indigenistas. Até aquela década, contávamos com assessoria e ajuda do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), Kaguateca (Associação de Índios Kaguateca Marçal de Souza) e outras entidades. Elas nos ajudaram nas lutas iniciadas em 1976 na cidade de Corumbá, que culminaram com a regularização fundiária da Terra Indígena Guató, localizada na Ilha Ínsua, onde há o Destacamento de Porto Índio, do Exército Brasileiro, com o qual mantemos boas relações.

Em sexto lugar, embora saibamos da existência do Ministério dos Povos Indígenas, criado no início do governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até o momento não registramos qualquer ação positiva desta pasta em nossas comunidades, sequer uma visita para tomar ciência da realidade enfrentada pelas famílias do povo Guató. As principais notícias que chegam até nós são de ações político-partidárias, para tentar destituir o Prof. Elvisclei Polidório do cargo de Coordenador Regional da FUNAI em Campo Grande, favorecer familiares e emplacar candidaturas às eleições deste ano. Seria de bom alvitre para nossas comunidades se o referido Ministério ou outra pasta governamental nos enviasse, emergencialmente, combustível e conjuntos básicos de equipamentos de proteção individual para o combate a incêndios.

Em sétimo lugar, iniciativas parlamentares de aprovação de certas leis, como a Lei Transporte Zero (Lei n. 12.197/2023) em Mato Grosso, o Projeto de Lei do Pantanal em Mato Grosso do Sul e a proposta de Estatuto do Pantanal que tramita no Congresso Nacional (Projeto de Lei n. 5.482/2020), dentre outras, jamais foram pensadas em atenção ao nosso modo de vida e sequer fomos devidamente ouvidos para isso. O que observamos sobre o assunto são pessoas posando de “experts” e defensores do Pantanal, e ávidos por curtidas, comentários e compartilhamentos de postagens nas redes sociais. Até agora, nenhum deles veio a nossas comunidades para saber da realidade enfrentada no dia a dia e nos ouvir a respeito da proteção e preservação do Pantanal.

Dito isso, conclamamos as autoridades e órgãos do Estado Brasileiro que venham ao nosso encontro, ajudando-nos a preservar o Pantanal e socorrendo-nos neste momento em que muitas partes do Guadakan ardem em chamas por conta dos incêndios.

Pantanal, 1º de Julho de 2024.

Coordenação do Conselho de Lideranças do Povo Guató no Guadakan/Pantanal

Osvaldo Correia da Costa – Cacique da Aldeia Uberaba (T.I. Guató, Corumbá-MS) / Carlos Henrique Alves de Arruda – Cacique Aldeia Aterradinho (T.I. Baía dos Guató, Barão de Melgaço-MT) / Denir Marques da Silva – Cacique da Aldeia Barra do São Lourenço (T.I. Barra do São Lourenço, Corumbá-MS)


Statement from the Council of Leaders of the Guató People about the Fires that are Destroying Pantanal

We, the members of the Council of Leaders of the Guató People in Guadakan/Pantanal, went public so we can clear some things up and show where we stand on the issue of the fires that are destroying the plains of Pantanal.

First: We come from the oldest canoeira indigenous populations that have lived in Pantanal. Through more than 8 thousand years, we have never destroyed Guadakan, quite the contrary; we have always promoted the protection of the environment and positive changes in local landscapes. This is a sacred biome and our ancestral land where we can be what we are, a resilient, working and fighting originary population and protectors of this biodiversity.

Second: The fires that are going on in many places, as seen in 2020 and now in 2024, have no relation to any fire-based traditional land management technique used by originary peoples.These fires are caused by white folks who have settled in Guadakan and see the region as a space of opportunity for endless profit. In 2020, for instance, fires destroyed a large part of the vegetation cover of aeas that were traditionally occupied by the communities of the Aldeias Aterradinho and Barra do São Lourenço, and they almost reached Aldeia Uberaba.The fires have also affected and continue to affect areas where Guató communities suffer a damaging process of ethcnic easure both in the states of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul

Third: The lack of an effective and positive presence of the Brazilian State in Pantanal is part of an old political and economic project. It works so that the Guadakan remains a land where the law that prevails is the will of those in power, those who control economic power and have representatives in the powers that constitute the Republic. These powerful people have an access to the media and usually pose as defenders of nature and spread misinformation and lies about the climate crisis and the fires. The lack of an effective presence of the Brazilian State also leads to NGOs (Non-Governmental Organizations) being empowered and financed with resources from god-knows-where that promote the ethnic erasure of the Guató People, provoke misunderstanding and division within communities and spread lies about us. They impose upon many of our families and communities labels such as “traditional”, “riverside people”, “descendents of indigenous peoples”, “isqueiras“, “corixeiras“, etc. Well, we know that a jaguar cub cannot be anything other than a jaguar. So sons and daughters of Guató mothers and fathers are Guató, and this should be something one should be proud of, never ashamed!

Fourth: The succesful experience of the Expedição Guató (Guató Expedition) and Expedição Técnica Guató (Guató Technical Expedition) carried on the the second half of april 2024 are positive examples of what we expect when we ask for a positive and efficient presence of the Brazilian State. These expeditions counted on the participation of the Brazilian Navy (6th Naval Distric and Flotilla of Mato Grosso), the Justice Court of Mato Grosso do Sul (represented by the Council for the Supervision of Special Courts), Special Secretary for Family Farming, Indigenous Peoples and Traditional Communities of SEMADESC (Office of the Envirionment, Development, Science, Technology and Inovation of Mato Grosso do Sul), GIZ (German Agency of International Cooperation), FUNAI (National Foundation of Indigenous Peoples), the Fedeal Public Ministery, AGRAER (Agency of Agrarian Development and Rural Extension), Foundation for Culture in Mato Grosso do Sul, researchers from universities and representatives of social movements. Because of this, the the  24rth of April of 2024 marks a new moment for the comunity of Aldeia Barra São Lourenço, long forgotten in the deep Pantanal where in 1990, many of the families who lived there had their houses destroyed in a place called Acurizal. This was done by people working for the NGO Ecotrópica, which at the time claimed to be protectors of the Pantanal and its biodiversity.

Fifth: Since 1990, we have noticed the lack of support from NGOs that work with indigenous peoples. Until that decade, we have counted on the help of CIMI (Conselho Indigenista Missionário), Kaguateca (Associação de Índios Kaguateca Marçal de Souza) and other entities. They helped us with the struggles that were iniciated in 1976 in the city of Corumbá, which culminated with the regularization of the Guató Indigenous Territory in the Ínsua Island, where is located the Army Detachment of Porto Índio of the Brazilian Army, who we have a good relationship with.

Sixth: We know about the existence of the Ministry of the Indigenous Peoples, created in the beginning of the government of the President Luís Inácio Lula da Silva, but so far we have not seen any positive actions for our communities coming from it, not even a visit for them to understand the realities faced by the Guató People and our families. The news that reach us are mostly of political actions related to political parties in order to remove Prof. Elvisclei Polidório of his position as regional coordinator of FUNAI in the city of Campo Grande, to benefit family members of politicians and to launch candidates for the election this year. It would be great for our comminities if this miinistry or other governmental agencies could send us fuel and basic protection equipment so we can fight the fires.

Seventh: parlamentary initiatives aimed at approving certain laws such as the Zero Transport Law (Law n. 12. 197/2013) in Mato Grosso, the Pantanal Law Project in Mato Grosso do Sul and the proposal for the creation of the Pantanal Statute that is being discussed in the National Congress (PL n. 5.482/2020) among others were never elaborated in a way that considers our ways of living, and we were never consulted in the process of elaborating them. What we have seen is people posing as “experts” and defenders of Pantanal, avid for social media likes, shares and comments. So far, none of these people have come to our communities to see the reality faced by us our day-to-day lives and to listen to us regarding the protection and preservation of Pantanal and rescuing us in this moment when many parts of Guadakan are burning because of the fires.

Pantanal, July 1rst, 2024.

Coordination of the Council of Leaders of the Guató People

Osvaldo Correia da Costa – Cacique of Aldeia Uberaba (T.I Guató, Corumbá-MS)/ Carllos Henrique Alves de Arruda – Cacique of Aldeia Aterradinho (T.I Baía dos Guató, Barão de Melgaço-MT)/ Denir Marques da Silva – Cacique of Aldeia Barra do São Lourenlo (T.I. Barra do São Lorenço, Corumbá-MS).

Primeiro de Maio de 2024: A classe explorada retoma as ruas!

Depois de muitos anos o centro da cidade de Vitória, Espírito Santo, viu novamente as bandeiras pretas e vermelhas do anarquismo tremularem. As companheiras e companheiros da Federação Anarquista Capixaba (FACA) se agrupavam e demais camaradas, inclusive de outras cidades, também chegavam ao ponto de encontro para o início da manifestação.

A energia subversiva já ecoava desde a concentração da marcha, onde as trabalhadoras e trabalhadores de diversos setores produtivos se faziam presentes, empunhando tambores,  gritos e bandeiras contra o sistema opressor em que vivemos.

A marcha tomou a direção do centro da cidade e, com irreverência e coragem, deixamos claro que as ruas pertencem à classe produtiva que, também em memória dos mártires de Chicago e tantos outros que tombaram nas lutas emancipatórias, vociferou seu desejo de uma ordem social libertária, livre das amarras do Estado e do Capital.

Logo depois da marcha, assistimos a uma excelente peça de teatro anarquista, realizada ali mesmo na rua, que contou com a assistência de populares e, sobretudo, crianças – uma oportunidade ímpar para difusão da ideia e cultura libertária.

Já era noite quando se iniciaram os debates sobre economias alternativas, práticas anticapitalistas, autogestionárias e horizontais, momento no qual ensinamos e aprendemos acerca da sociedade que tanto desejamos e lutamos para construir, destacando ainda nossa articulação federalista junto da Iniciativa Federalista Anarquista do Brasil (IFA BR) e da Internacional de Federações Anarquistas (IFA).  

Um primeiro de maio de luto e de luta, diverso, profícuo e que a Federação Anarquista Capixaba espera que se repita por longos anos, espalhando a cada dia mais o espírito combativo entre as oprimidas e exploradas.

Federação Anarquista Capixaba – FACA

 

 

 

1º de Maio 2024: Rompamos nossa jaula!

 

E outra vez se aproxima o 1º de Maio… em um cenário de guerras alastradas por todo o mundo, de investimentos bilionários, por consequência, na indústria militar, apesar de milhões e milhões de pessoas passarem fome neste instante. A violência aumenta a cada dia, a desesperança também. A conjuntura nos conduz ao derrotismo e nos paralisa, na medida em que, enquanto isso, nós, trabalhadoras e trabalhadores somos espoliados a cada instante de nossa existência.

Porém, apesar de tudo e todos, aqui estamos mais um ano, outra vez. Podemos e devemos romper as grades de nossa jaula, gritar alto, gritar forte e com altivez: não acreditamos e não aceitamos este sistema socioeconômico. Não toleramos a destruição do meio ambiente e a mercantilização da vida!

Acreditamos em outro mundo, solidário, fraterno, pacífico e autogerido pelas próprias produtoras da riqueza social. Acreditamos em um mundo em que não consumiremos todo o planeta apenas para gerar lucros cada vez maiores aos conglomerados empresariais que nos controlam.

Por isso, para que este novo mundo que levamos em nossos corações surja, a organização anticapitalista de todo o conjunto de exploradas e explorados é fundamental e urgente!

Dessa forma, contamos com todas vocês neste Primeiro de Maio de 2024, a partir das 16 horas, nas proximidades da Arquidiocese de Vitória/ES, para uma marcha/protesto e, às 20 horas, um debate e articulação no Espaço Lacarta.

ABAIXO A PARALISIA!

PELA REVOLUÇÃO SOCIAL!

ORGANIZE-SE E LUTE!

EM MEMÓRIA DOS MÁRTIRES DE CHICAGO!

Federação Anarquista Capixaba – FACA
Filiada à IFA Brasil e IFA-IAF

[Espanha] O discurso belicista

Denunciamos a realização da Feira Internacional de Armas e a ligação da nova indústria bélica com o genocídio na Palestina.

Nestes dias, nossas cabeças estão martelando com os tambores de guerra que estão sendo entoados por políticos e pessoas poderosas em todo o mundo. Nossos corações se encolhem com as notícias da Palestina e somos tomados pela raiva quando observamos as vítimas de sempre em Gaza ou na Ucrânia, as únicas que aparecem na televisão, enquanto um insuportável discurso belicista se instala. Há 56 guerras ativas no mundo neste momento. E não vou incluir a Palestina, porque isso não é uma guerra, é um GENOCÍDIO.

As metáforas inundam a linguagem da mídia de massa pela mão de políticos, analistas e outras espécies, construindo uma estrutura bélica que resulta em persuasão e manipulação, deixando em segundo plano o sofrimento, a dor e a morte de milhares e milhares de pessoas.

Suas guerras, seus negócios, são nossos mortos e os números são diluídos na realidade cotidiana como se fosse quase normal no curso da história.

A palavra é construída com verbos como “vencer”, “lutar”, “combater”, “derrotar”, apelativos como “segurança”, “defesa”, “inimigos”, etc., e o universo discursivo nos envolve com uma retórica que visa apenas garantir os interesses econômicos e políticos dos poderosos.

Nos dias 10 e 11 de abril, a Feira Internacional de Segurança e Defesa (Feindef), ou seja, a Feira Internacional de Armas, será realizada em Córdoba. Nossas companheiras da CNT Córdoba se uniram a outros coletivos na plataforma “Melhor sem armas” e lançaram uma campanha exigindo a suspensão do evento patrocinado pelo Ministério da Defesa, com o apoio da Prefeitura de Córdoba e da Junta de Andaluzia, opondo-se a esse negócio infame que viola sistematicamente os direitos humanos e é uma das principais fontes de poluição ambiental.

Também denunciam os vínculos entre a empresa espanhola Escribano M&E Systems, líder das empresas nacionais de armamento, e o genocídio em Gaza, por meio de seu acordo com a empresa israelense ELBIT Systems, com a qual estão desenvolvendo um novo lançador de foguetes, testado em Gaza, cuja implementação e fabricação serão realizadas em Córdoba, com o qual o Exército espanhol será equipado e no qual pretendem investir nada mais nada menos que 273 milhões de euros de dinheiro público.

Na atualidade, e com o novo marco político derivado da vitória de Putin e da possível vitória eleitoral de Donald Trump, a OTAN está elevando seu discurso belicista e engordando seus orçamentos ao argumentar que deve estar preparada para a guerra.

De acordo com os últimos dados publicados pelo Stockholm International Peace Research Institute em abril de 2023, os gastos globais aumentaram 3,7%, em 2022, para 2,24 trilhões de dólares, o equivalente a 2,2% do PIB global, o maior aumento anual em pelo menos 30 anos.

Nos unimos aos nossos companheiros e companheiras de Córdoba e da Andaluzia. Denunciamos todos esses mercadores da morte e seus cúmplices políticos.

NÃO ÀS ARMAS

NÃO ÀS SUAS GUERRAS

NÃO EM NOSSO NOME

Fonte: https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/04/09/espanha-o-discurso-belicista/

Ser cético é uma questão sobretudo de ter honestidade intelectual

Uma pessoa íntegra não afirma saber coisas sobrenaturais que não pode saber.

Por JAMES A. HAUGHT
Freedom From Religion Foundation


Ninguém sabe realmente de onde vêm as crenças. Os psicólogos não conseguem explicar o que torna algumas pessoas céticas e outras, crentes. Portanto, não sei o que me levou a duvidar, enquanto alguns de meus colegas de classe até se tornaram pregadores. Tudo que sei é minha própria história.

Nasci em 1932 em uma pequena cidade rural da Virgínia Ocidental que não tinha eletricidade ou ruas asfaltadas. Fui enviado para as escolas dominicais do Bible Belt e tentei orar quando criança. Mas um despertar ocorreu na minha adolescência. 

Na aula de química do colégio, aprendi como lacunas e excedentes nas camadas externas de elétrons fazem com que os átomos se liguem em moléculas, formando quase tudo em nosso mundo. Foi uma revelação que explica muito da existência.

A ciência se tornou uma obsessão, um portal para a compreensão da realidade. Lentamente, as reivindicações da religião de deuses, demônios, céus, infernos, anjos, demônios, milagres e messias invisíveis transformaram-se em minha mente em contos de fadas.

Por acaso, tive a sorte de conseguir um emprego no jornal — e meu mundo se expandiu. Com um editor que ria das pregações de evangelistas, debati religião. 

Concordei que afirmações religiosas sobrenaturais eram bobagens — mas eu tinha um dilema: se as explicações mágicas são absurdas, que melhores respostas existem? O que uma pessoa honesta pode dizer? Ele me olhou atentamente e respondeu: “Você pode dizer: eu não sei”. Bingo! 

Imediatamente, um caminho de honestidade se abriu para mim. Eu me juntei a um grupo de céticos, li livros de física e filosofia e cimentei uma visão de mundo científica.

Encontrei razões lógicas para pensar que as pessoas deveriam rejeitar dogmas:

— Ocorrências horríveis, como o tsunami no Oceano Índico em 2004, que afogou inúmeras crianças, provam que o universo não é administrado por um pai amoroso. Nenhum criador compassivo planejaria tais coisas. Em filosofia, esse dilema é chamado Problema do Mal. Não refuta a existência de um deus sem coração, mas elimina o deus misericordioso das igrejas.

— Centenas de deuses e religiões do passado desapareceram e são risíveis hoje. As divindades de hoje são mais substanciais?

— Embora as igrejas afirmem que a religião torna os crentes amorosos e fraternos, o registro histórico frequentemente mostra exatamente o oposto.

— Muitos dos pensadores mais brilhantes ao longo da história têm sido céticos. Se as melhores mentes não conseguiam engolir os princípios sobrenaturais, por que deveríamos?

— O pensamento científico requer evidências detectáveis ​​e testáveis. Mas a religião não oferece nenhuma prova, exceto escritos deixados por homens santos mortos há muito tempo. Pessoas que buscam o conhecimento precisam de algo mais tangível.

— Apesar da suposição comum de que os líderes religiosos são mais morais do que as pessoas comuns, um número terrível deles não o é. Não há nenhuma evidência de que a religião os torna mais santos do que você.

— Mesmo os crentes devotos são céticos sobre os dogmas de outras religiões. Por exemplo, os judeus duvidam que Jesus fosse divino. Os cristãos duvidam que Jesus apareceu ao Mestre Moon e disse para ele para converter todas as pessoas para serem “Moonies”. E os muçulmanos duvidam que Jesus tenha vindo para a América pré-histórica, como afirmam os mórmons.

As crenças religiosas dependem muito da demografia. Uma pessoa nascida em uma terra muçulmana, em uma família muçulmana, dificilmente se tornará hindu, budista, judeu ou cristão. O mesmo padrão se aplica a outras terras e outras famílias. A fé depende principalmente de onde você nasceu.

E os avanços na educação e no conhecimento científico fazem com que as crenças sobrenaturais desapareçam. A religião já foi tão importante para os europeus que eles mataram milhões de pessoas por causa dela. Mas desde o Iluminismo e o surgimento do pensamento científico, a religião praticamente desapareceu na Europa.

Ao longo dos anos, expus essas premissas em livros e ensaios de revistas. Até criei um romance de pensamento livre focado em absurdos religiosos na Grécia antiga.

Para mim, o resultado final é a honestidade. Uma pessoa íntegra não afirma saber coisas sobrenaturais que não pode saber. Uma pessoa honesta deseja evidências sólidas para apoiar afirmações e desconfia de afirmações infundadas. Portanto, os céticos são os mais honestos de todos.
 
Fonte: https://www.paulopes.com.br/2021/09/ser-cetico-e-uma-questao-sobretudo-de.html?m=1#.YUWTdLhKiM8&gsc.tab=0 
 

 

[México] Jornadas Anárkicas Apocalípticas | Primavera Negra

Quando chegou o apocalipse, que não nos demos conta? Qual foi o dia decisivo? Amanhecemos sepultados no cimento cinza. Dos fogos que havia só se vê carvão, e o vento o vai desmoronando. Mas algumas brasas ocultas ainda estão acesas.

Os espaços que habitamos e defendemos resistiram, e os projetos seguem neste contexto, não é pouca coisa. Mas nos damos conta de que se dedicaram muito para os processos internos, e para a sobrevivência mesma. É para o que davam as energias, as forças, e as necessidades. Agora, nos damos conta de que quiséramos voltar a trabalhar para fora e tecermos com outros, que este espaço que cuidamos como uma pequena brasa se reúna com outras que faz tempo começam a mover-se, para acender de novo um fogo. É um desejo nosso e uma resposta a chamados que escutamos desde outros territórios, a vozes levadas por uma mesma corrente que também estão buscando reunir-se e conspirar.

Uma forma que escolhemos para reencontrar-nos com outras resistências, projetos e individualidades é pôr o espaço em um evento onde possamos nos reunir. Queremos que esta primavera seja negra como a noite, ante o brilho artificial de morte e dominação que vem desde o poder. Por isso lhes propomos aproximar-nos às brasas este 26, 27 e 28 de abril a conversar, conspirar e compartilhar na penumbra, nesta outra cidade monstro às costas da Barranca de Huentitán chamada Guadalajara. Nos parece a ocasião perfeita para que voltem a brotar as flores da luta, a anarquia e a vida. Os convidamos a participar com atividades, textos, música, teatro, apresentações, palestras, conversas, gráfica ou o que gostem propor desde seus territórios.

Que a obscuridade se converta em um refúgio e deixe de representar medo e incerteza. Preparemos o terreno para este novo ciclo, semeemos as sementes de rebeldia para colher frutos de liberdade.

A chamada estará aberta até o dia 12 de abril. Para agendar as atividades, envie-nos um email para: laterka1312@riseup.net

Nunca é tarde para sair e brincar.

Amor e anarquia!

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Fonte: https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/03/27/mexico-jornadas-anarkicas-apocalipticas-primavera-negra/